quinta-feira, 16 de junho de 2011

Os segredos da longevidade em Cuba lll


As mulheres parecem ter maior facilidade para chegar aos cem anos, a julgar pelo fato de a maioria dos centenários serem de moças no encontro. Entre os homens estava presente Arcadio Radillo, de 102 anos, que resume sua trajetória dizendo que foi e é feliz.

Arcadio afirma ser o decano dos maçons em Cuba e exibe o anel que o identifica como tal. Relata que é fã de beisebol (já foi pitcher), de música - toca o "tres cubano" - e xadrez. Quando o assunto é mesa e religião, vai logo dizendo que come de tudo e é muito fiel aos ensinamentos da igreja.

Faz questão de saber o que está acontecendo a sua volta e no mundo: "me explica o que aconteceu com Zapatero? (José Luis Rodríguez, presidente do Governo espanhol)" perguntou Arcadio à Efe, referindo-se às eleições autônomas e locais celebradas recentemente na Espanha em que o partido governista saiu derrotado.

Para outras pessoas, viver muitos anos é simplesmente uma questão de "sorte". Isso é o que defende aos 101 anos, Marino Rodríguez. Com bom humor diz que uma vida tão longa deu a ele tempo suficiente para fazer tudo, inclusive adquirir maus hábitos de jovem como fumar cigarros e beber álcool, embora já tenha abandonado esses vícios. Ele é favorável a prática de esportes diariamente e recomenda aos jovens simplesmente fazer o bem.

Seis chaves para ser um idoso ativo.
O médico Eugenio Selman, presidente do Congresso sobre Longevidade Satisfatória, garante que há seis aspectos fundamentais para avançar na "longevidade ativa": motivação, alimentação saudável, correto atendimento de saúde, atividade física, cultural e um ambiente adequado.

Selman, que durante anos foi parte da equipe médica do círculo de Governo cubano e de Fidel Castro e preside a Associação Médica do Caribe (Ameca), assim como o "Clube dos 120 anos", tem 81 anos e está convencido de que pode superar o século de vida com as condições vitais adequadas.

A maioria dos centenários cubanos vive nas províncias de Havana, Santiago de Cuba, Holguín, Camagüey e Villa Clara, considerada a região mais envelhecida do país.

As autoridades cubanas consideram que a longevidade como indicador de qualidade de vida "é uma conquista social" e defendem que os idosos que ultrapassam os cem anos no país tenham "um atendimento especializado".

As mulheres superam em 20% os homens dentro do grupo de centenários em Cuba, onde a expectativa de vida ao nascer é de 78 anos (76 para os homens e 80,02 para as mulheres).

Em 2010 foi confirmada a tendência de envelhecimento do país, onde estimam que dentro de duas décadas 30% dos habitantes superarão os 60 anos.

Dados do Escritório Nacional de Estatísticas indicam que mais de 2 milhões dos 11,2 milhões de habitantes que vivem em Cuba estão na chamada terceira idade (acima dos 60 anos), e 75% deles superam os 65 anos, o que demonstra o envelhecimento da população.

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